Nossos Artistas

A Polícia Militar do Ceará, em meio às suas atividades de segurança interna do território estadual, tem revelado a sociedade cearense alguns de seus talentos artísticos. Muitos de nossos policiais, em suas horas de folga dedicam-se à produção de livros, de esculturas, de músicas, etc. Cabe-nos então apresentar parte destes trabalhos como forma de divulgar, incentivar e dar continuidade ao resgate e registro de nossa memória.

Cb PM Evaristo, autor de poesias populares

Poesia Popular

JOÃO EVARISTO MAGALHÃES, o Poetinha do Ceará, é Cabo da PMCE lotado na Guarda do Quartel do Comando-Geral da Corporação. De improviso, ou não, ele sempre tem um verso pronto pra declamar. Nascido em 3 de março de 1957, o Poetinha tem formação acadêmica variada, já tendo concluído Administração de Recursos Humanos pela Faculdade Integrada do Ceará, Licenciatura Plena em Ciências da Religião pela Universidade Vale do Acaraú e Bacharelado em Teologia pela Faculdade de Teologia do Ceará.
Dentre suas muitas composições, escolhemos A Humanidade Está Doente para demonstração de seu brilhante trabalho.


A Humanidade Está Doente
Autor: Poetinha do Ceará

Sinceramente não entendo para que tanta inteligência
Tem inteligência desfilando pelas ruas,
Tem inteligência subindo a lua,
Tem inteligência que até parece ter coerência,
Mas onde anda a inteligência que combate a violência?
De que adianta tanta ciência, tanto progresso
Tanta globalização e tão avançada tecnologia
Se a violência está se espalhando pelo universo
E o amor cada vez mais ausente em nossos dias?
Precisamos de inteligência mais ou menos assim,
Que tenha não somente inteligência,
Mais antes de tudo muita decência,
Que diga não a guerra e a paz sempre sim.
Chega de ódio pelo planeta
Não se admite mais arrogância, prepotência
Preconceito, racismo, egoísmo e tanta coisa careta
Gerando o leque da violência.
Não é nada inteligente, gente maltratando gente
Negar um sorriso, um diálogo, um afeto, um abraço
A humanidade está doente, está gravemente doente,
E as vezes parece não ter remédio, que tédio
Seria um fracasso saber que as nossas inteligências
Não queiram se adaptar a um sistema facilitador e coerente
Que puna os infratores e absorva os inocentes.
É preciso amar, e amar não é simplesmente dizer te amo
O amor é a seqüência e bem-feitorias de coisas deste ramo
Que transforma guerra em paz, ódio em amor,
Trevas em luz e espinhos em flor.
O amor é o pilar da sabedoria e da coerência
E só ele é capaz de vencer a violência.

Você pode contactar o autor através do fone: (85) 9912-4699 ou 8779-7974

 

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Escultura

JOSÉ XAVIER TRAVASSOS FILHO, é escultor e Cabo da PMCE lotado no 2º BPM , em Juazeiro do Norte/CE. Nasceu no município de Patos, no Estado da Paraíba em 24 de junho de 1963.
O CB PM Travassos já teve seu trabalho divulgado em vários jornais tais quais Diário do Nordeste, Jornal O Povo, Jornal do Cariri, e Folha de Juazeiro, bem como, já teve trabalhos seus expostos no Memorial Padre Cícero, Cariri Shoping, III Simpósio Internacional Padre Cícero, Rodada de Negócios SEBRAE todos em Juazeiro do Norte/CE, e recentemente abrilhantou o encerramento das comemorações alusivas ao 173º Aniversário da PMCE (24/05/08), expondo suas peças juntamente com outros artistas na Av. Beira Mar, cartão postal da capital cearense.
Seu trabalho é regionalista, desenvolvido em argila e como ele mesmo define: " É uma forma de manter sempre viva essa arte. Sou um escultor fisionomista (caricato), trabalho com argila desde a infância. Descobri que poderia dar vida a cultura do Cariri e do Nordeste através das minhas obras de arte ".
Selecionamos quatro de suas muitas obras que em média tem entre 30 e 40cm de dimensão.

Lampião segurando seu irmão que fora morto

Padre Cícero fazendo suas orações

Retirantes seguidores de Padre Cícero seguindo rumo a Juazeiro

Grupo folclórico da região (banda de pífanos e briga de facão)

 


Você pode contactar o autor através do e-mail: ciceroaurelio@hotmail.com

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Cordéis expostos á venda da maneira tradicional

Literatura de Cordel

JOSÉ JEOVÁ DE OLIVEIRA, é Subtenente da PMCE lotado no Batalhão de Segurança Patrimonial - BSP. Ator de teatro e circo, locutor de rádio, escreveu em forma de cordel "A tragédia de Juazeiro - Monsenhor Joviniano Barreto" que transcrevemos algumas partes logo a seguir.

A literatura de cordel é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da Lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.

Extraído do Site: fundaj.gov.br

A Tragédia do Juazeiro
Autor: Jeová de Oliveira

Eu vou contra uma História
Que passou-se há muitos anos
Que abalou Juazeiro
Com um fato desumano
O Negro Roque Matou
Monsenhor Joviniano

O doido saiu correndo
Com Monsenhor foi falar
Que a sua namorada
Acabava de chegar
Nas festas de fim de ano
Ele queria casar

Era um dia de Reis
Daquele ano passado
Na pedra fundamental
Dos Franciscanos marcado
Monsenhor Joviniano
Ali foi assassinado
(...)
Monsenhor sabendo disso
O rapaz mandou trancar
Para que esse escândalo
Não chegasse a se alastrar
Quando o casal fosse embora
O mandaria soltar

Havia uma família
Que vivia bem feliz
Morando em Juazeiro
Bem pertinho da matriz
Que deu abrigo a um doido
Por ser um pobre infeliz

Quando o Roque estava preso
Você sabe como é
Os outros presos diziam
Zombando do pobre até
O padre mandou te prender
Pra ficar com tua mulher

O doido ali foi criado
Até ficar um rapaz
Tinha uma filha da casa
Pior que o satanás
Prometendo casamento
Não deixava o louco em paz

Passou-se as festividades
E não houve nenhum choque
O casal foi embora
Sem sair nos enfoques
Monsenhor foi a cadeia
E mandou o Roque soltar
(...)

A tal moça foi para o Rio
Pra tentar vestibular
Fez, passou e lá ficou
E chegou a se formar
Com um colega de turma
Conseguiu se casar

Quando Monsenhor estava
Na hora do benzimento
O Roque ali foi chegando
Trazendo um mau pensamento
Foi logo cravando a faca
Cumprindo o seu juramento
(...)

E depois de alguns anos
A Juazeiro ela voltou
Para mostrar o marido
E os netinhos ao vovô
Os pais fizeram uma festa
Quando a filha chegou

Quando foi no outro dia
O Roque não regressou
A polícia fez as buscas
E num instante encontrou
O corpo do criminoso
Ao caminho do matador
(...)
O Roque estava lá fora
Aguando o hardim
Quando avistou a mulher
Foi logo dizendo assim
Você voltou meu amor
Vou levar você pra mim
(...)
Assim acaba a história
Contei tudo por aqui
Do jeito que aconteceu
Basta apenas conferir
O crime que abalou
A zona do Cariri

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Literatura de Autores Variados Com Resenhas

Durante a elaboração deste projeto, nossa equipe contou com a parceria de muitos colegas policiais que nos cederam históricos, fotografias, relatos, etc. Uma dessas valiosas contribuições estamos dispondo para sua consulta num arquivo em anexo, e nos foi enviada pelo Ten-Cel PM Edson Rebouças Vasconcelos, que reuniu num único projeto, os nossos policiais escritores, suas obras acompanhadas de uma resenha . Vale a pena conferir!

Resenhas de Literatura Variada

CB PM Pedrosa, autor de poesia matuta

Poesia Matuta

ROBERTO ROGÉRIO SILVA PEDROSA, é Cabo da PMCE lotado no Hospital da Polícia Militar- HPM. Sua poesia matuta, tem origem nas raízes de sua família pois, Pedrosa tem em sua árvore genealógica muitos cantadores e tocadores de viola. Sua inspiração, ele diz vir da natureza, do mar, das flores , e da mulher como um todo, o que é percepitível no poema que transcrevemos a seguir.


Minha Poesia É...
Autor: CB PM Pedrosa

Minha poesia é o mar,
O canto tão melancólico que um pássaro vem cantar,
A brisa saudosa e fria,
Que em meus lábios vem beijar.
Minha poesia é a vida,
E vivo sempre a sonhar,
Com o sentimento mais puro que vem lá do altar,
O sentimento do amor.
E vivo sempre a amar.
Minha poesia é o amor,
Que uma saudade me dá,
Os versos da natureza que o vento vem soprar,
O canto dos rios cheios,
Com suas águas a rolar.
Minha poesia são as colinas
Dos sertões até as serras
Daquela curva perfeita
Até uma linha reta,
Os pensamentos vadios que exprime este poeta.
Minha poesia é tudo o que pode ser.
O sorriso da criança, com todo o seu viver.
A chegada da noite, com um breve amanhecer.
As lembranças com saudades, quando não posso te ver.
Aí me dá a certeza, que minha poesia é você.

 

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